A gravidez é uma fase de muitas mudanças na vida da mulher, inclusive fisiológicas no corpo. Dentre essas mudanças, as alterações em articulações bem como a sobrecarga que a coluna pode sofrer com o aumento do peso podem levar a dores. Assim, a dor pélvica pode ser bastante comum na gravidez. Mas, o que causa essa dor pélvica na gravidez e como é possível aliviá-la? É sobre isso que falaremos, confira!
Como é a dor pélvica?

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Uma, em cada cinco gestantes, pode apresentar dor pélvica na gravidez, mas os sintomas podem variar um pouco entre as gestantes.
A região pélvica é bastante extensa e envolve complexas estruturas. Engloba desde a cintura, passando pelo quadril, virilha, região do períneo e a região lombar.
De fato, os principais sintomas de dor nessa região são:
Agendar sua Avaliação- Dor na região da frente do osso púbico;
- Incômodo ou dor persistente na região lombar;
- Dor se espalhando pela região do períneo e atingindo as coxas;
- Estalos na região pélvica, sobretudo quando a gestante se movimenta.
O que causa dor pélvica na gravidez?

A principal razão de pélvica na gravidez está relacionada com o aumento do útero. À medida que o útero se expande, as estruturas que dão sustentação precisam também se adaptar a essas alterações.
Esse é o caso do ligamento redondo, que faz a ligação da lateral do útero aos grandes lábios, na vulva, passando pelo canal inguinal. São dois ligamentos redondos, um do lado direito e outro do lado esquerdo.
No início da gestação, esse ligamento pode ficar estirado, pelo aumento do útero. Assim, a gestante pode sentir incômodo na região pélvica, mais precisamente na região abdominal inferior até a virilha.
Porém, à medida que a gestação evolui, ocorrem alterações no corpo da mulher visando o parto. Portanto, as articulações da região do quadril se tornam mais flexíveis, para que o bebê possa passar, no caso de parto vaginal, pelo canal do parto.
Assim, a liberação de hormônios que permitem esses fatos também pode levar a dores nos ossos e na musculatura.
Mas, ao final da gestação, o peso da barriga faz com que a região lombar da gestante fique muitas vezes dolorosa e sensível.
Algumas mulheres também acabam ganhando muito peso durante a gestação, o que piora sensivelmente o quadro de dor.
Como a dor pélvica na gravidez pode ser prevenida e tratada?
Existem várias ações que ajudam a prevenir a dor pélvica na gravidez. E algumas dessas ações são essenciais para tratar a dor pélvica, caso ela ocorra durante a gestação.
1 – Controlar o peso
A primeira e mais importante ação é controlar o peso durante a gestação. O ideal é que a gestante ganhe de 11 kg a 15 kg durante a gestação.
Isso é possível quando a alimentação da gestante é equilibrada e o consumo de alimentos ricos em carboidratos, tais como doces e frituras, seja mais controlado.
O ditado “a gestante come por dois” é falso. É importante que a gestante adote uma alimentação bastante saudável e equilibrada.
2 – Mantenha-se ativa
O obstetra é o profissional que deve ser consultado pela gestante sobre a possibilidade de praticar exercícios, em relação à segurança da gestação.
De fato, o mais importante é que a gestação seja segura. Portanto, caso não haja problemas na gestação, a gestante pode se manter ativa, com atividades físicas de baixo impacto.
Dentre as atividades físicas mais indicadas para as gestantes estão a caminhada, natação e hidroginástica, por exemplo.
Outra atividade recomendada é a prática de Pilates, justamente por ter baixo impacto e ser uma atividade que permite alongamento. Além disso, é uma prática supervisionada por fisioterapeutas.
3 – Evite ficar muito tempo de pé
Quando a gestante fica muito tempo de pé, o peso da barriga acaba sendo puxado para baixo, devido a ação da gravidade.
Dessa forma, é importante que ela não fique o tempo todo de pé, mas possa se sentar, justamente para aliviar o peso suportado pelo organismo.
4 – Não carregue pesos desnecessários
Quando se está gestante, já se carrega bastante peso na barriga.
Portanto, aliar mais peso a isso não é uma boa ideia! Imagine toda a musculatura das costas tendo que suportar o peso da barriga e mais o peso de uma bolsa muito pesada, por exemplo.
Assim, peça ajuda sempre que precisar e procure não carregar pesos desnecessários.
5 – Massagens
Massagens na região das pernas, bem como na lateral do quadril podem ajudar a relaxar bastante a região, melhorando os quadros de dor.
Dessa forma, se for possível, faça algumas massagens com um profissional especializado. Drenagens linfáticas também são bastante úteis para evitar o inchaço nas pernas e pés, sobretudo ao final da gestação.
6 – Invista em sessões de fisioterapia
A fisioterapia pode ser uma grande aliada na melhora do quadro de dor pélvica na gravidez.
Isso porque a fisioterapia conta com medidas analgésicas, que não afetam a gestação e são indicadas para mulheres nessa fase da vida.
Além disso, o fisioterapeuta consegue montar um plano de tratamento que permite alongar e relaxar a musculatura das costas e da região pélvica, sem qualquer risco para o bebê.
7– Bolsas de água quente
A utilização de bolsas de água quente na região de dor pode ajudar a relaxar a musculatura da região.
Graças à vasodilatação promovida pelo calor, a musculatura recebe mais sangue e, com isso, relaxa e não fica contraída.
Assim, a dor na região diminui.
9 – Gases
É bastante comum que gestantes tenham gases, sobretudo após se alimentar com bebidas gasosas e alimentos que promovem gases, tais como feijão e brócolis.
Com esses gases formados, a gestante sente grande desconforto na parte da frente da região pélvica.
Isso pode ser bastante atenuado com a maior restrição de tais alimentos da dieta regular da gestante.
10 – Medicações
As medicações não são a primeira opção de tratamento de dor na região pélvica, justamente porque a gestante não pode recorrer a muitas medicações durante a gestação.
É importante que somente as medicações prescritas pelo médico sejam tomadas pela gestante e que ela nunca se automedique, para a segurança do bebê.
Conclusão
A dor na região pélvica durante a gestação é bastante comum. Algumas ações podem fazer com que o quadro de dor seja mais raro ou mesmo que a gestante encontre alívio quando a dor já está instalada.
Manter-se no peso e investir em fisioterapia e massagens podem ser ótimas opções para não ter esse problema, e tratá-lo, caso ele surja.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.