Geno varo é sinônimo para joelho varo, ou joelho arqueado. Quando se observa um indivíduo de frente, os joelhos devem estar alinhados, com uma linha que passa no centro da coxa, indo até os tornozelos.
Porém, em alguns indivíduos, mesmo juntando os tornozelos, os joelhos são apontados para fora, formando um espaço entre eles, dando a nítida impressão de “pernas de cowboy”. Para essa condição, dá-se o nome de geno varo.
Agendar sua AvaliaçãoDe fato, geno varo é a condição oposta de geno valgo, condição em que os joelhos se aproximam e os pés se afastam, caracterizando os joelhos para dentro.
Causas de geno varo

Existem diversas causas para geno varo. Vale lembrar que quando se é criança, é considerado normal os joelhos apresentarem leve curvatura para fora ou para dentro, sendo essa uma condição que fisiologicamente o próprio organismo trata de alinhar.
De fato, até os 2 anos, as condições de geno varo e geno valgo costumam ser resolvidas pelo próprio organismo, sem grandes preocupações para os pais. Mas, essa é uma avaliação que deve ser feita pelo pediatra da criança.
Agendar sua AvaliaçãoEntretanto, em algumas pessoas, os joelhos permanecem mais para fora, mesmo assim, após os 8 anos e isso não traz nenhuma alteração na marcha ou problemas ortopédicos.
Assim como algumas pessoas não possuem perfeita simetria facial, um certo grau de desalinhamento dos joelhos pode ser considerado fisiológico.
Porém, já em outros indivíduos, sobretudo adultos, o geno varo pode ser causado por outras lesões. Dentre as principais lesões, pode-se citar artrose, lesões de menisco e de ligamentos. O principal ligamento envolvido em geno vero é o ligamento cruzado anterior, quando esse apresenta lesão.
Outras causas são fraturas ou tumores ósseos. Vale lembrar que todas essas causas também podem ser consequências do geno varo.
Ou seja, por o indivíduo ter um alinhamento incorreto dos joelhos, acaba desenvolvendo patologias no joelho, como essas já citadas.
Diagnóstico

O diagnóstico de geno varo deve ser feito pelo médico ortopedista. De frente para o médico, sem calçados e em postura com pés unidos, é possível observar o alimento dos joelhos.
De fato, a avaliação física do paciente é essencial para diferenciar geno varo fisiológico de geno varo patológico.
Quando o joelho varo é fisiológico, ele afeta ambos os joelhos e o paciente não reclama de dor. Além disso, o paciente relata que teve sempre os joelhos daquela forma, não afetando sua movimentação regular. Dificilmente é necessário um tratamento mais específico nesse caso.
Entretanto, quando o joelho varo é patológico, ele geralmente afeta um joelho, de um lado só e o paciente geralmente apresenta dor e limitação de movimento.
Nesse caso, o médico ortopedista solicitará alguns exames de imagem para poder identificar se há lesões associadas ao joelho.
Dentre os exames de imagem mais solicitados, a radiografia é essencial para evidenciar artrose. Nela, é possível avaliar se o espaço articular está mantido ou alterado. Pode-se solicitar a radiografia com e sem peso no joelho.
Outra radiografia importante é a radiografia panorâmica, em que os ossos da perna também são radiografados e é possível traçar uma linha entre eles, passando pelo joelho. Dessa forma, pode-se estabelecer, com precisão o alinhamento do joelho.
Já a ressonância magnética é o exame padrão ouro para diagnóstico de eventuais lesões nos meniscos ou ligamentos.
Por que devo tratar geno varo?
O tratamento de geno varo é importante, pois, quando há desalinhamento patológico dos joelhos, há sobrecarga em outras estruturas articulares.
Dessa forma, ao ter joelhos alinhados, estruturas como ligamentos e meniscos recebem a carga ideal durante a movimentação. Mas, ao ter geno varo, essas estruturas acabam sobrecarregadas, aumentando o risco de lesões ligamentares e de menisco.
Além disso, muitas vezes, o desalinhamento acaba gerando outros problemas, resultando em dor e em dificuldade de movimentação. E quanto mais o paciente tenta conviver com a limitação de movimento, pior o quadro fica.
Por isso, caso você apresente joelho varo e está sentindo dor no joelho, é essencial buscar um médico ortopedista para iniciar o tratamento o quanto antes.
O tratamento poderá ser cirúrgico em alguns casos, mas o tipo de cirurgia, se envolverá corte e fixação óssea somente, ou a colocação de uma prótese de joelho dependerá da idade do paciente e também do seu grau de movimentação.
No caso de crianças, o pediatra fará a avaliação da necessidade de tratamento para geno varo. Em alguns casos, a suplementação de vitamina D ajuda no fortalecimento ósseo, bem como alguns exercícios, auxiliando no alinhamento de crianças ainda em fase de crescimento.
Tratamento para geno varo

O tratamento para geno varo fisiológico deve ser acompanhado, não necessitando de um tratamento específico. É importante que esse acompanhamento seja feito a longo prazo, pois, assim, pode-se observar qualquer alteração na articulação com o passar do tempo.
No caso de geno varo patológico, algumas medidas como o controle do peso do paciente, também ajudam na redução da dor. Mas, em muitos casos, o procedimento cirúrgico para realinhamento do joelho é indicado.
Cirurgia para geno varo
A cirurgia para geno varo recebe o nome de osteotomia tibial valgizante. Nesse procedimento, o osso é fraturado e recolocado, em melhor alinhamento, fixado com placas e parafusos.
Essa cirurgia é indicada para pacientes jovens e bastante ativos. Pode ser feita em conjunto com cirurgias para reconstrução de ligamentos, se for o caso.
Já para pacientes de mais idade, é importante avaliar a saúde do paciente, sobretudo em relação ao pós-operatório. Em alguns casos, uma prótese total de joelho pode ser mais indicada.
Pós-operatório
No caso do paciente que passa por cirurgia para correção do geno varo, o pós-operatório deve ter alguns cuidados, sobretudo em relação à prevenção de trombose venosa profunda.
Assim, medicações são geralmente prescritas para esse paciente, no intuito de prevenir esse quadro. Além disso, o tratamento fisioterapêutico inicia-se no próprio hospital, enquanto o paciente ainda não recebeu alta.
A fisioterapia é parte integrante do pós-operatório de quem se submete a uma cirurgia no joelho. O acompanhamento com o Fisioterapeuta deve continuar após a alta do paciente, visando sua reabilitação. O uso de muletas nas primeiras semanas é recomendado, para não colocar força no joelho operado.
Dessa forma, o paciente fará exercícios de movimentação, fortalecimento, até conseguir realizar a marcha. O retorno às atividades esportivas costuma demorar alguns meses, mas sempre tendo a fisioterapia e a ortopedia trabalhando juntos para que o paciente tenha melhora da sua movimentação.
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Atualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.