A patela é um osso triangular localizado na parte frontal do joelho. Como a maior parte das estrutura que formam essa região, ela está sujeita a lesões e doenças, uma vez que é bastante demandada no dia a dia. Entre os problemas mais comuns está a inflamação nas estruturas da patela, assunto que vamos abordar neste texto. Continue acompanhando!
O joelho é uma região formada por diferentes estruturas. Há ossos, ligamentos, articulações, músculos e meniscos, que juntos permitem a locomoção do indivíduo. É por causa dessa demanda que as lesões nessa área são tão comuns, pois os movimentos repetitivos são frequentes.
Agendar sua AvaliaçãoComo a patela fica localizada na parte frontal do joelho, ela recebe boa parte dos impactos de movimentação. Além disso, ela é quem facilita a extensão do joelho funcionando como uma alavanca ao movimento. Ou seja, ela contribui para a geração de maior força ao movimento, permitindo que a locomoção e demais movimentos ocorra de forma mais fácil.
Por isso, quando há problemas nesse pequeno osso, um dos primeiros sintomas percebidos pelo indivíduo, além da dor, é a perda de força para a movimentação das pernas. Dentre as condições que provocam essa situação estão as tendinites na região, que podem ser conhecidas como inflamação na patela.
O que é a tendinite?
A tendinite é a inflamação de um tendão, geralmente gerada por movimentos repetitivos, que desgastam a estrutura. Os tendões são fibrosos e responsáveis por fazer a conexão dos músculos e ossos e, quando lesionados, prejudicam todo o movimento da área afetada. Esse tipo de inflamação pode acontecer nos mais diferentes tendões do corpo, incluindo o cotovelo ou o ombro.
Desse modo, uma tendinite patelar ou inflamação na patela, não ocorre exatamente na patela. A lesão acontece, na verdade, no tendão patelar. A estrutura fica localizada logo abaixo da patela, e liga o osso triangular e a tíbia (osso da perna).
Inflamação na patela ou tendinite patelar
A tendinite patelar é um problema conhecido também como joelho do saltador. Isso porque a condição foi estudada pela primeira vez por um americano, Blazina, em 1973. O especialista notou a a ocorrência dessa tendinopatia em atletas que praticavam o salto à distancia, e por isso nomeou-a como Jumper’s Knee (joelho de saltador, em inglês).
O problema está relacionado normalmente à atividades esportivas que demandam saltos. Isso porque o tendão patelar sofre grande impacto nos movimentos de saltos e desacelerações no momento de “queda”. Por isso, atletas que praticam vôlei, basquete, atletismo e até o futebol muitas vezes sofrem com a lesão.
Quando a condição acontece, a fixação do tendão da patela é afetada. O resultado é que o corpo tenta combater a lesão sozinho, e isso cria a inflamação da patela. O processo é natural do sistema imunológico do organismo, e provoca dor, calor e outros sintomas.
Causas da tendinopatia ou tendinite patelar
A locomoção é realizada pela combinação de uma série de movimentos das pernas. Dois mecanismos básicos, porém, podem ser citados: a contração muscular e a dissipação da força. Quando, ao invés de distribuída entre as demais articulações e músculos, essa força de retorno se concentra no joelho, ocorre sobrecarga nas estruturas e isso pode levar à inflamação.
O primeiro fator causal desse desequilíbrio, e da inflamação na patela, é o esforço repetitivo, como já explicado até aqui. O esforço realizado pelo tendão coloca uma tensão exagerada sobre a região, principalmente durante a prática de esportes que exigem saltos. Logo, a resposta do corpo é a inflamação.
Nesse caso, não é porque o indivíduo pratica o esporte que ele necessariamente vai desenvolver a condição. Ela surge, na maior parte das vezes, como resultado da prática inadequada, que provoca impactos exagerados na área.
O aumento súbito da intensidade da atividade, assim como a prática por tempo demasiado e principalmente sem um tempo de descanso adequado, são outras ações que aumentam a suscetibilidade ao problema.
Outras causas comuns
Quando o indivíduo possui peso corporal maior que indicado, há também maior tensão sobre a área. Afinal, o joelho já é uma região que sofre pressão constante, pois sustenta todo o tronco durante a locomoção. Com a silhueta acima do peso, esse impacto se torna ainda maior, exigindo muito da perna a cada movimento.
Problemas no alinhamento dos joelhos, como tê-los valgos, também pode levar à inflamação. Os joelhos valgos são caracterizados por terem o formato muito semelhante ao de um X. Isso acontece porque, devido a uma série de fatores, eles são “forçados” para dentro, ficando bastante próximos, enquanto os pés são “forçados” para fora.
A patela alta, pernas de tamanhos diferentes, encurtamento dos músculos e ângulo irregular dos joelhos também são causas da inflamação patelar. Assim como o mau alinhamento da rótula, déficit de movimento no tornozelo, a frouxidão ligamentar e a falta de flexibilidade do quadríceps.
Grupos de risco
A inflamação na patela é mais comum, sem dúvida, em atletas. Jovens adultos que possuem a vida mais ativa, mesmo que não seja pela prática de esportes, ou aqueles que iniciaram subitamente a prática de alguma atividade física, também estão mais sujeitos ao problema do que o resto da população.
Sintomas
O sintoma fundamental da inflamação na patela é a dor. O paciente que sofre do problema percebe o incômodo na região frontal do joelho, uma sensação contínua que cresce gradualmente.
Inicialmente, a dor aparece apenas após a prática de esportes, mas com o tempo e evolução da tendinite, pode surgir a qualquer momento do dia. Durante o repouso da noite, a sensação é mais intensa.
A ocorrência do joelho do saltador pode ser dividida em quatro fases, de acordo com seus sintomas:
Na fase 1, o paciente percebe leve dor apenas após a realização de atividade física. O incômodo, no entanto, logo some, fazendo parecer ser resultado apenas da fadiga momentânea.
Na fase 2, a dor acontece tanto durante, quanto após o esporte.
Na fase 3, além da dor um pouco mais intensa, o indivíduo pode perceber pequeno inchaço no joelho.
Por fim, na fase 4 a inflamação chega a seu ápice e a dor e inchaço são intensos. Nesse caso, a prática da atividade física se torna impossível, pois os sintomas são bastante incômodos e limitantes.
O indivíduo afetado pela inflamação ainda percebe a diminuição da força dos músculos da perna, mais especificamente os da frente da coxa, responsáveis por fazer extensão do joelho manter o equilíbrio dessa articulação durante as atividades.
Diagnóstico
O diagnóstico das tendinites é feito por meio de uma avaliação presencial e exame físico por um fisioterapeuta com o objetivo de entender o histórico do paciente, identificar o local da dor, nível de força e possíveis desequilíbrios musculares e o grau de sensibilidade do tendão. É possível também que o profissional venha a pedir para que o paciente realize testes funcionais como corrida, salto ou agachamento para avaliar a dor e a qualidade do movimento dos membros inferiores durante a função.
Além do exame físico, exames de imagens também costumam contribuir para o fechamento do diagnóstico e exclusão de outras fontes de dor na articulação.
Tratamento da inflamação na patela
Depois que o fisioterapeuta confirmar a inflamação na patela ele montará um protocolo personalizado de acordo com as necessidades e especificações de cada paciente. Nesse protocolo podem ser incluídos o uso de recursos de eletrotermofototerapia como LASER. Eles poderão auxiliar no controle da dor e demais sinais e sintomas do processo inflamatório presente no tendão.
Ainda na fase aguda ou no início do tratamento não é incomum que o fisioterapeuta solicite que o paciente reduza a carga das atividades esportivas.
Na grande maioria das vezes não é necessário que o mesmo seja afastado completamente dos treinos, mas os intervalos entre eles podem ser mais longos e o volume e as cargas podem ser diminuídos. Isso é feito para evitar sobrecarga ao passo que o tratamento reduz a dor e os demais sintomas.
O quanto antes deve ser iniciado o fortalecimento dos músculos do quadril e sobretudo joelho, na tentativa de devolver aos músculos a capacidade de absorção de cargas, o que alivia a sobrecarga nos tendões, contribuindo para a redução do processo inflamatório e progressão de danos nesse tecido. É de extrema importância que os músculos associados aos tendões inflamados sejam fortalecidos e isso deve ser feito o quanto antes, porém de forma gradual e supervisionada.
Quando a cirurgia é necessária?
Quando os métodos conservadores não conseguem eliminar a inflamação da patela, a solução é a realização de procedimento cirúrgico. A cirurgia realizada tem como objetivo fazer a retirada das áreas degeneradas e fibrosadas do tendão.
Para isso, é possível realizar a chamada excisão. O procedimento faz a retirada da porção lesionada, além de uma perfuração de vai aumentar a vascularização, ou seja, a circulação de sangue da região.
Geralmente, essa opção é realizada por meio da artroscopia, que se utiliza de uma fina haste com uma câmera na ponta. O recurso requer apenas pequeno corte para inserção, e permite a visualização interna do joelho.
Formas de prevenção
O melhor modo de prevenção da inflamação na patela é a realização de exercícios físicos corretamente. Principalmente aqueles que exigem saltos, como o basquete e o vôlei. Para isso, é necessário que o indivíduo realize exercícios físicos localizados e sempre os aquecimentos adequados, antes e depois do esporte. Isso prepara o corpo para os impactos, e depois “o desacelera”, evitando que a pressão mais intensa cause problemas.
Dessa forma, também é interessante contar com acompanhamento médico e de um educador físico para o esporte. A avaliação do corpo prévia à escolha do exercício, e o cuidado com sua prática, são fundamentais para manter as estruturas motoras saudáveis.
Além disso é importante respeitar a regeneração do corpo e dar descanso necessário entre as atividades, sobretudo as mais vigorosas.
O tratamento que vai devolver a saúde dos seus membros inferiores
A proposta do Instituto TRATA está fundamentada no conceito de inovação, no que se refere ao tratamento de membros inferiores (quadril, joelho e pé). A garantia de resultados eficazes reflete os procedimentos adotados pela equipe:
– O paciente é submetido a uma avaliação clínica detalhada, feita por um especialista da equipe. É esse primeiro passo que viabiliza um direcionamento específico ao tratamento, de acordo com o quadro particular de cada paciente.
– A seguir, o paciente é levado a uma avaliação cinemática dos movimentos do corpo. A finalidade é analisar como os ossos e os músculos estão organizados na reação à gravidade e às forças atuantes no corpo humano. Para isso, utilizamos um software exclusivo de análise de movimento chamado TrataScan, cuja tecnologia avançada permite detectar quaisquer alterações na força ou funcionalidade das estruturas que acabam levando a um quadro inflamatório ou doloroso, por exemplo. Assimetrias, padrões motores, lesões associadas, existência de compensações e quais estruturas devem ser trabalhadas são alguns pontos que podem ser avaliados durante essa etapa.
– O último passo consiste na aplicação do protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores, formulado pela rede e baseado em evidências científicas. O foco se concentra no alinhamento biomecânico dos membros inferiores com o objetivo final de melhora do quadro do paciente (sem recidivas) e, por conseguinte, de uma maior qualidade de vida.
Nenhum atendimento é padrão. Avaliamos as necessidades específicas de cada paciente e montamos a abordagem de tratamento mais assertiva para cada quadro. A tecnologia faz parte do nosso programa de tratamento com o objetivo de oferecer aos pacientes o que há de mais avançado no tratamento conservador de Fisioterapia.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.