A corrida é uma das ativdades físicas que mais ganharam adeptos nos últimos 20 anos. É também uma das atividades que, se praticadas sem a devida orientação e fortalecimento das estruturas adequadas, mais levam à lesão. Dentre as articulações que mais sofrem com a corrida, o joelho é, sem dúvida, o que mais apresenta lesões. Tanto que há lesões chamadas “joelho de corredor”, justamente por ser uma lesão bastante frequente em quem pratica a atividade física.
O nome científico correto para joelho de corredor é a síndrome do trato iliotibial. Vamos falar mais sobre esse tipo de lesão, seus sintomas mais comuns e como é o seu tratamento.
Agendar sua AvaliaçãoO que é a síndrome da banda iliotibial?
A banda iliotibial é um feixe fibroso, localizado na lateral da coxa, que se insere na lateral do joelho e na lateral do quadril.
A inflamação desse feixe é bastante comum em quem pratica corrida de longa distância, ou seja, para aqueles atletas que treinam para provas com muita quilometragem, como meias maratonas (21,095 km) ou maratonas (42,195 km).
Agendar sua AvaliaçãoAtletas amadores e profissionais que treinam para performance em provas de menor quilometragem, como provas de 5 km e 10 km, por exemplo, não estão livres dessa lesão, sobretudo se a rodagem semanal é alta.
De fato, o que acaba levando à lesão é o aumento da quilometragem, daí a sua frequência em praticantes de corrida, uma vez que quem pratica corrida de rua acaba indo rapidamente de provas menores para provas com mais quilometragem.
Sintomas
O principal sintoma do “joelho de corredor” ou síndrome banda iliotibial é a dor aguda na lateral do joelho.
Geralmente, a dor surge de maneira bastante forte, fazendo com que o atleta tenha que interromper o treinamento.
Sem a devida indicação do que está acontecendo, muitos corredores param o treino, apenas o interrompendo e acreditando que a dor desaparecerá. Mas, à medida que os treinos continuam, a dor acaba limitando bastante a continuação da corrida.
A dor também pode atingir a lateral do quadril de maneira menos intensa.
Causas
Conforme já dito, o aumento da quilometragem de forma súbita e sem o fortalecimento adequado é a principal causa da síndrome da banda iliotibial.
Mas outras causas também podem levar à inflamação dessa região.
Dentre os fatores que podem provocar o joelho de corredor, estão o desequilíbrio biomecânico durante a corrida, bem como a falta de um calçado apropriado.
A falta de fortalecimento adequado da musculatura envolvida durante a corrida é certamente um dos fatores que mais contribuem para essa lesão.
De fato, a falta de músculos fortalecidos, sobretudo na região dos glúteos e do quadril, faz com que muita força seja exigida dessa região, o que acaba resultando na inflamação da região de inserção do trato iliotibial.
Diagnóstico
Geralmente, após vários treinos interrompidos, o atleta amador busca um especialista, com a reclamação de dor persistente na lateral do joelho, que faz com que os treinos tenham que ser encerrados antes ou parados.
O especialista, que pode ser um fisioterapeuta, faz diversos testes e análises do joelho, para identificar a dor.
Muitas vezes, apenas a informação clínica é necessária, sem a necessidade de exames complementares.
Tratamento para joelho de corredor
Primeiramente, é necessário tirar o paciente do quadro agudo de dor, com ajuste dos treinos e aplicação de gelo no local em caso de necessidade.
É importante ressaltar que a automedicação nunca é indicada, uma vez que há medicamentos que podem disfarçar sintomas importantes e até piorar o quadro.
Procedimentos cirúrgicos são raramente indicados, com o tratamento para a síndrome da banda iliotibial sendo predominantemente conservador, com bons resultados.
A fisioterapia é indicada, com sessões envolvendo procedimentos analgésicos como laser de baixa potência, que auxilia na redução da inflamação local e auxilia na cicatrização.
Outras técnicas, como a liberação miofascial da região auxilia na recuperação da região.
Além disso, um programa de fortalecimento da musculatura é essencial, sobretudo envolvendo a musculatura glútea, do quadril e do posterior da coxa.
Hoje, já se sabe que quanto menos fortalecida é a musculatura do quadril, mais o joelho do indivíduo sofrerá. No caso de corredores, em que o impacto e o atrito na superfície articular é constante, o fortalecimento é fundamental.
Em algumas semanas, sem apresentar dor, o atleta pode gradualmente retornar ao seu programa de treinamento, lembrando sempre de aumentar, gradualmente, a quilometragem. Assim, o ideal é não acrescentar acima de 10% de quilometragem ao treino por ciclo.
Por que se deve tratar o Joelho De Corredor?
A síndrome da banda iliotibial é mais comum em adultos acima de 30 anos de idade e em indivíduos que estão passando das provas de 5k e 10k para as chamadas meias maratonas.
De fato, para acostumar seu organismo a correr, em um período, mais de 20 quilômetros, é necessário readaptar as estruturas articulares e musculares para mais impacto.
A síndrome da banda iliotibial pode te afastar por, ao menos, 20 dias das pistas, atrapalhando toda sua planilha e é uma dor aguda, que impede o atleta de continuar o treino.
Além disso, é uma inflamação que demora um pouco para ser reduzida, ou seja, em muitos casos, diversas sessões de fisioterapia são necessárias, bem como o fortalecimento é essencial para a dor não retornar.
Em corredores que não seguem um programa ideal de fortalecimento, é comum que a lesão retorne ou se manifeste no outro membro, sobretudo se o atleta tenta ‘evitar’ a dor, mudando seu tipo de pisada, o que trará alterações no outro membro.
O joelho de corredor já foi caso de atletas profissionais terem sido forçados a abandonarem competições, por não terem tido sucesso em continuar treinando com o trato iliotibial inflamado.
Portanto, se você apresenta dor na lateral do joelho persistente, está na hora de consultar um especialista e seguir com as sessões de fisioterapia, bem como levar muito a sério o programa de fortalecimento.
Assim, você poderá continuar seu plano de treinamento e ter performance, longe de lesões.
O tratamento que vai devolver a saúde dos seus membros inferiores
A proposta do Instituto TRATA está fundamentada no conceito de inovação, no que se refere ao tratamento de membros inferiores (quadril, joelho e pé). A garantia de resultados eficazes reflete os procedimentos adotados pela equipe:
– O paciente é submetido a uma avaliação clínica detalhada, feita por um especialista da equipe. É esse primeiro passo que viabiliza um direcionamento específico ao tratamento, de acordo com o quadro particular de cada paciente.
– A seguir, o paciente é levado a uma avaliação cinemática dos movimentos do corpo. A finalidade é analisar como os ossos e os músculos estão organizados na reação à gravidade e às forças atuantes no corpo humano. Para isso, utilizamos um software exclusivo de análise de movimento chamado TrataScan, cuja tecnologia avançada permite detectar quaisquer alterações na força ou funcionalidade das estruturas que acabam levando a um quadro inflamatório ou doloroso, por exemplo. Assimetrias, padrões motores, lesões associadas, existência de compensações e quais estruturas devem ser trabalhadas são alguns pontos que podem ser avaliados durante essa etapa.
– O último passo consiste na aplicação do protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores, formulado pela rede e baseado em evidências científicas. O foco se concentra no alinhamento biomecânico dos membros inferiores com o objetivo final de melhora do quadro do paciente (sem recidivas) e, por conseguinte, de uma maior qualidade de vida.
Nenhum atendimento é padrão. Avaliamos as necessidades específicas de cada paciente e montamos a abordagem de tratamento mais assertiva para cada quadro. A tecnologia faz parte do nosso programa de tratamento com o objetivo de oferecer aos pacientes o que há de mais avançado no tratamento conservador de Fisioterapia.
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Atualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.