O ligamento colateral medial do joelho é uma das principais estruturas que contribuem para a estabilidade ligamentar da região, juntamente com outros ligamentos, como o ligamento colateral lateral e os ligamentos cruzados anterior e posterior.
É por isso que quando o LCM é lesionado ou rompido o indivíduo costuma sentir muitas dores e sofre um impacto significativa na qualidade de vida.
Agendar sua AvaliaçãoNesse artigo você vai aprender mais sobre a importância desse ligamento, como tratar e como prevenir lesões.
Os ligamentos do joelho
O joelho é uma articulação complexa que envolve a interação de vários ligamentos para fornecer estabilidade e permitir movimentos adequados.
Os principais ligamentos do joelho incluem:
Ligamento Colateral Medial (LCM)
Localizado no lado interno (medial) do joelho, o LCM ajuda a prevenir movimentos excessivos para fora (valgo) do joelho.
Ligamento Colateral Lateral (LCL)
Este ligamento está no lado externo (lateral) do joelho e previne movimentos excessivos para dentro (varo) do joelho.
Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
Localizado no centro do joelho, o LCA impede que a tíbia deslize para frente em relação ao fêmur. Ele também desempenha um papel crucial na estabilidade rotacional do joelho.
Ligamento Cruzado Posterior (LCP)
Assim como o LCA, o LCP está localizado no centro do joelho, mas impede que a tíbia deslize para trás em relação ao fêmur. Este ligamento contribui para a estabilidade geral do joelho.
Ligamento Patelofemoral Medial (LPFM) e Ligamento Patelofemoral Lateral (LPFL)
Estes ligamentos estão localizados na parte da frente do joelho e ajudam a estabilizar a patela (rótula), auxiliando no movimento suave desta estrutura sobre o fêmur.
Funções do ligamento colateral medial
A principal função do ligamento colateral medial (LCM) é proporcionar estabilidade ao lado interno do joelho, impedindo que a articulação se mova excessivamente para o lado de fora.
Como foi dito anteriormente, o ligamento colateral medial é crucial para prevenir movimentos excessivos de valgo no joelho. Movimentos de valgo ocorrem quando o joelho se desloca para dentro, em direção à linha média do corpo.
Este tipo de movimento é frequentemente associado a lesões no ligamento colateral medial.
Lesões no LCM podem ocorrer devido a entorses, impactos laterais no joelho ou outros traumas que causam força excessiva no lado externo do joelho.
A integridade do ligamento colateral medial é essencial para a estabilidade global do joelho e para prevenir lesões, especialmente em atividades que envolvem mudanças rápidas de direção, como esportes de contato.
Lesões no LCM
A lesão do ligamento colateral medial (LCM) geralmente ocorre devido a uma força excessiva aplicada ao lado externo (lateral) do joelho, levando a um estresse ou estiramento do ligamento.
As causas comuns de lesões no LCM incluem:
Trauma direto
Um impacto na parte externa do joelho, como um golpe forte, queda ou colisão durante atividades esportivas, pode resultar em uma lesão no LCM.
Entorse
Um movimento repentino e forçado do joelho para dentro (valgo) pode estirar ou romper o ligamento colateral medial.
Isso pode ocorrer, por exemplo, ao plantar o pé firmemente no chão e fazer uma mudança de direção rápida.
Hiperextensão do joelho
Uma força que empurra a tíbia para trás em relação ao fêmur, como ocorre em quedas ou aterrissagens incorretas, pode causar lesões no LCM.
Atividades esportivas
Esportes que envolvem mudanças rápidas de direção, contato físico ou movimentos de rotação aumentam o risco de lesões no LCM.
Futebol, basquete e esqui são exemplos de esportes associados a esse tipo de lesão.
Sintomas
Os sintomas de uma lesão do ligamento colateral medial (LCM) podem variar em intensidade, dependendo da gravidade da lesão.
Alguns dos sintomas comuns incluem:
Dor
A dor é um sintoma característico de lesões no LCM.
Pode ser sentida na parte interna do joelho, ao longo da linha do ligamento colateral medial.
Inchaço
A lesão do LCM geralmente leva a um aumento no volume da região afetada devido ao acúmulo de fluido no joelho.
Instabilidade
Pacientes com lesões no LCM podem experimentar uma sensação de instabilidade ou frouxidão no joelho.
Isso ocorre porque o ligamento danificado não consegue fornecer a estabilidade adequada à articulação.
Dificuldade em suportar peso
Lesões no LCM podem tornar difícil suportar peso sobre o membro afetado, especialmente ao tentar andar ou realizar atividades que envolvam carga no joelho.
Limitação nos movimentos
A amplitude de movimento do joelho pode ser reduzida devido à dor e à resposta protetora do corpo à lesão.
Hematoma
Em casos mais graves, pode ocorrer a formação de um hematoma (acúmulo de sangue) na área do ligamento colateral medial.
Som de estalo
Algumas pessoas relatam um som de estalo no momento da lesão, embora isso nem sempre seja presente.
Identificando a gravidade da lesão
A avaliação da gravidade de uma lesão no ligamento colateral medial (LCM) geralmente é realizada por um especialista.
Existem diferentes métodos para determinar a gravidade da lesão, e um dos mais comuns é a classificação em graus I, II e III.
Lesão de Grau I (Leve)
- Os sintomas podem incluir dor leve na área do LCM.
- Há um estiramento leve do ligamento, com possíveis danos mínimos às fibras.
- Geralmente, não há instabilidade significativa na articulação.
- Pode haver algum inchaço, mas é geralmente mínimo.
Lesão de Grau II (Moderada)
- Há um estiramento mais significativo do LCM, com danos mais extensos às fibras.
- Pode haver uma ruptura parcial do ligamento, mas algumas fibras ainda estão intactas.
- Os sintomas incluem dor moderada, inchaço mais pronunciado e possíveis limitações nos movimentos.
- Pode haver uma sensação de instabilidade na articulação.
Lesão de Grau III (Grave)
- O ligamento colateral medial está completamente rompido, resultando em uma ruptura completa.
- Sintomas graves, incluindo dor intensa, inchaço significativo e instabilidade marcada na articulação.
- O paciente pode ter dificuldade em suportar peso no membro afetado.
- Exames de imagem, como ressonância magnética, podem confirmar a ruptura completa.
A avaliação do especialista geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, testes físicos específicos para lesões ligamentares, como o teste de estresse no joelho, e, em muitos casos, exames de imagem para confirmar a extensão da lesão.
Cada caso é único, e a gravidade da lesão pode variar.
Tratamento conservador
O tratamento não cirúrgico para lesões no ligamento colateral medial (LCM), principalmente o tratamento fisioterapêutico, visa aliviar a dor, reduzir o inchaço, restaurar a amplitude de movimento e fortalecer os músculos ao redor do joelho.
As abordagens conservadoras geralmente são utilizadas em lesões de grau I e II, bem como em alguns casos de lesões de grau III, dependendo da extensão da ruptura e das circunstâncias específicas do paciente.
Fisioterapia
O tratamento fisioterapêutico para lesões no ligamento colateral medial (LCM) desempenha um papel crucial na recuperação, independentemente de a lesão ser tratada cirurgicamente ou de forma não cirúrgica.
O tratamento é personalizado com base nas necessidades específicas de cada paciente.
A consistência e a aderência às recomendações do fisioterapeuta são cruciais para uma recuperação bem-sucedida.
O tempo de tratamento pode variar, mas geralmente envolve várias semanas a meses, dependendo da gravidade da lesão e da resposta do paciente ao tratamento.
Geralmente o tratamento é feito seguindo algumas das etapas abaixo.
1.Avaliação Inicial
Anamnese e Exame Físico: O fisioterapeuta realiza uma avaliação completa, obtendo informações sobre a história da lesão, sintomas atuais, e realiza testes físicos para avaliar a extensão da lesão e identificar áreas de fraqueza.
2. Controle da Dor e Inflamação
Modalidades Fisioterapêuticas: Uso de técnicas como terapia de gelo, terapia de calor ou outros recursos físicos para controlar a dor e reduzir o inchaço.
3. Amplitude de Movimento (ADM)
Exercícios de ADM: Incluem movimentos suaves para restaurar a amplitude normal de movimento do joelho. O fisioterapeuta pode orientar exercícios passivos e ativos.
4. Fortalecimento Muscular
Exercícios Isométricos: Inicialmente, podem ser prescritos exercícios isométricos para ativar os músculos sem movimento articular significativo.
Exercícios de Cadeia Cinética Fechada: Exercícios que envolvem o movimento do joelho em conjunto com o pé apoiado no solo, como agachamentos parciais.
5. Controle Neuromuscular e Propriocepção
Exercícios de Equilíbrio e Estabilidade: Trabalham para melhorar a consciência proprioceptiva e a estabilidade do joelho.
6. Treino Funcional
Exercícios Específicos para Atividades Diárias: Incluem movimentos que replicam as demandas funcionais do paciente, adaptados às suas necessidades.
7. Progressão Gradual
Ajuste do Programa de Exercícios: À medida que o paciente progride, o fisioterapeuta ajusta o programa de exercícios, aumentando gradualmente a intensidade e a complexidade.
8. Educação do Paciente
Instruções sobre Prevenção de Lesões: Incluem orientações sobre técnicas adequadas de movimento, uso de suporte (como talas ou órteses, se necessário) e estratégias para prevenir recorrências.
9. Monitoramento e Ajustes
Avaliações Regulares: O progresso é monitorado regularmente, e o plano de tratamento é ajustado conforme necessário.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico para lesões no ligamento colateral medial (LCM) é considerado em casos mais graves, especialmente quando há uma ruptura completa do ligamento (lesão de grau III) e/ou quando há instabilidade significativa na articulação do joelho.
A decisão de realizar uma intervenção cirúrgica é baseada em vários fatores, incluindo a extensão da lesão, a idade e a saúde geral do paciente, o nível de atividade e a resposta a tratamentos não cirúrgicos anteriores.
É importante destacar que a decisão de realizar uma cirurgia deve ser cuidadosamente discutida entre o paciente e o cirurgião, considerando as características específicas da lesão e as necessidades individuais do paciente.
O tratamento cirúrgico é geralmente reservado para casos mais graves, enquanto lesões de grau I e II muitas vezes podem ser tratadas com métodos não cirúrgicos.
Algumas situações em que a cirurgia pode ser indicada incluem:
Ruptura Completa (Lesão de Grau III)
Quando o ligamento colateral medial está completamente rompido, especialmente se houver instabilidade significativa na articulação.
Lesões Associadas
Se houver lesões adicionais no joelho, como lesões meniscais ou lesões ligamentares mais complexas, o tratamento cirúrgico pode ser considerado.
Falha no Tratamento Conservador
Se o tratamento não cirúrgico não proporcionar alívio adequado dos sintomas ou se a estabilidade do joelho não for restaurada.
Necessidade de Restaurar a Estabilidade
Em casos em que a estabilidade do joelho é crítica para a função normal da articulação, como em atletas de alto rendimento ou em pessoas com demandas específicas nas atividades diárias.
Procedimentos cirúrgicos comuns para lesões no ligamento colateral medial incluem:
Reparo do Ligamento Colateral Medial
O cirurgião pode reparar as fibras do ligamento usando suturas ou outros dispositivos de fixação para unir as extremidades rompidas.
Reconstrução do Ligamento Colateral Medial
Em alguns casos, especialmente quando o LCM está muito danificado, pode ser necessário substituir o ligamento danificado por um enxerto (geralmente um enxerto de tendão autólogo) para restaurar a estabilidade.
A recuperação pós cirúrgica envolve um programa estruturado de fisioterapia, que visa restaurar a força muscular, a amplitude de movimento e a estabilidade do joelho.
O tempo de recuperação pode variar, mas geralmente, os pacientes podem começar a retomar suas atividades normais após vários meses.
Prevenção de lesões
A prevenção de lesões no Ligamento Colateral Medial (LCM) e o fortalecimento dessa região envolvem uma abordagem abrangente, que inclui exercícios específicos, práticas de segurança e estratégias de treinamento.
A prevenção de lesões no LCM é multifacetada e, idealmente, deve ser incorporada a um estilo de vida ativo e saudável.
É importante lembrar que a abordagem preventiva é única para cada indivíduo, dependendo de fatores como histórico de lesões, nível de condicionamento físico e atividades específicas realizadas.
Consultar um especialista antes de iniciar um programa de prevenção é sempre aconselhável, especialmente se houver preocupações específicas relacionadas à saúde ou histórico de lesões.
Descubra abaixo algumas recomendações para prevenir lesões no LCM e fortalecer a região.
1. Exercícios de Fortalecimento
Quadríceps: Fortalecer os músculos da parte da frente da coxa ajuda a estabilizar o joelho.
Isquiotibiais: Fortalecer os músculos na parte de trás da coxa também contribui para a estabilidade do joelho.
Músculos Abdutores e Adutores da Coxa: Exercícios que visam os músculos que movem a perna para dentro (adução) e para fora (abdução) ajudam a fortalecer a região.
2. Treinamento Proprioceptivo
Incluir práticas que desafiam a estabilidade do joelho, como ficar em pé em uma perna ou praticar em superfícies instáveis.
3. Técnica Adequada
Em esportes ou atividades físicas que envolvem mudanças de direção, é essencial treinar a técnica adequada de movimento e aprender a desacelerar antes de mudar de direção.
4. Fortalecimento Geral
Manter um corpo geralmente forte pode ajudar a reduzir o risco de lesões no joelho.
5. Flexibilidade
Manter uma boa flexibilidade nos músculos da perna pode ajudar a prevenir lesões.
6. Treinamento de Resistência
Ter uma boa condição física geral contribui para a resistência e ajuda a evitar a fadiga, que pode aumentar o risco de lesões.
7. Utilização de Equipamentos de Proteção
Em alguns casos, o uso de suportes pode ajudar a fornecer estabilidade adicional, especialmente durante atividades esportivas.
8. Adequação do Treinamento
Evitar aumentos abruptos na intensidade ou duração do treinamento para permitir que o corpo se adapte gradualmente.
9. Descanso Adequado
Garantir períodos adequados de descanso e recuperação entre sessões de treinamento é fundamental para prevenir a fadiga excessiva.
10. Orientação Especializada
Trabalhar com fisioterapeutas, treinadores pessoais ou outros profissionais de saúde para desenvolver um programa personalizado e obter orientação específica.
O tratamento que vai devolver a saúde dos seus membros inferiores
A proposta do Instituto TRATA está fundamentada no conceito de inovação, no que se refere ao tratamento de membros inferiores (quadril, joelho e pé).
A garantia de resultados eficazes reflete os procedimentos adotados pela equipe:
Avaliação clínica detalhada
O paciente é submetido a uma avaliação clínica detalhada, feita por um especialista da equipe.
É esse primeiro passo que viabiliza um direcionamento específico ao tratamento, de acordo com o quadro particular de cada paciente.
Avaliação cinemática dos movimentos do corpo
A seguir, o paciente é levado a uma avaliação cinemática dos movimentos do corpo. A finalidade é analisar como os ossos e os músculos estão organizados na reação à gravidade e às forças atuantes no corpo humano. Para isso, utilizamos um software exclusivo de análise de movimento chamado TrataScan, cuja tecnologia avançada permite detectar quaisquer alterações na força ou funcionalidade das estruturas que acabam levando a um quadro inflamatório ou doloroso, por exemplo.
Assimetrias, padrões motores, lesões associadas, existência de compensações e quais estruturas devem ser trabalhadas são alguns pontos que podem ser avaliados durante essa etapa.
Protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores
O último passo consiste na aplicação do protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores, formulado pela rede e baseado em evidências científicas.
O foco se concentra no alinhamento biomecânico dos membros inferiores com o objetivo final de melhora do quadro do paciente (sem recidivas) e, por conseguinte, de uma maior qualidade de vida.
Nenhum atendimento é padrão. Avaliamos as necessidades específicas de cada paciente e montamos a abordagem de tratamento mais assertiva para cada quadro.
A tecnologia faz parte do nosso programa de tratamento com o objetivo de oferecer aos pacientes o que há de mais avançado no tratamento conservador de Fisioterapia.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.