Uma lesão no ligamento colateral refere-se a danos em um dos ligamentos que ajudam a estabilizar uma articulação.
Os ligamentos são tecidos fibrosos fortes que conectam os ossos e ajudam a manter a estabilidade das articulações, evitando movimentos excessivos ou não naturais.
Agendar sua AvaliaçãoQuando ocorre uma lesão em um ligamento colateral, a estabilidade da articulação é comprometida.
Neste artigo, vamos entender melhor como ocorre a lesão do ligamento colateral medial e lateral e como a fisioterapia tem papel fundamental na recuperação dessa condição.
Confira!
Agendar sua AvaliaçãoQuais são os tipos de lesão no ligamento colateral?
Uma lesão no ligamento colateral pode referir-se a danos em qualquer um dos ligamentos colaterais do corpo, sendo os mais comuns os ligamentos colaterais do joelho.
Esses ligamentos são encontrados nos lados do joelho e são responsáveis por ajudar a estabilizar a articulação do joelho.
As lesões nesses ligamentos podem variar de leves a graves e podem ocorrer de várias maneiras.
Ligamento Colateral Medial (LCM) do Joelho
Distensão Leve
Uma distensão leve ou torção no LCM pode causar dor leve a moderada, inchaço e rigidez no joelho. Geralmente ocorre devido a movimentos bruscos ou estresse no ligamento, mas sem ruptura significativa.
Ruptura Parcial
Nesse caso, uma parte do LCM é rasgada, mas ainda está conectada. Isso pode resultar em dor, inchaço significativo e instabilidade no joelho.
Ruptura Completa
Uma ruptura completa do LCM é uma lesão mais grave, onde o ligamento é completamente rasgado. Isso pode resultar em uma sensação de instabilidade grave no joelho, inchaço significativo, dificuldade em suportar peso no joelho afetado e, às vezes, um som de “estalo” durante a lesão.
Ligamento Colateral Lateral (LCL) do Joelho
Lesão por Distensão ou Torção
Uma lesão no LCL ocorre quando o ligamento é esticado ou torcido, geralmente como resultado de um impacto na parte interna do joelho ou de movimentos bruscos.
Ruptura Parcial ou Completa
Uma ruptura parcial ou completa do LCL pode ocorrer devido a uma força excessiva no ligamento. Isso pode causar dor, inchaço, instabilidade e dificuldade em endireitar o joelho.
Grupos de risco
Existem vários grupos de risco que podem estar mais propensos a desenvolver lesões nos ligamentos colaterais, como o ligamento colateral medial (LCM) e o ligamento colateral lateral (LCL) do joelho. Esses grupos de risco incluem:
Atletas
Atletas de Esportes de Contato
Jogadores de futebol, rugby, hóquei e outros esportes de contato estão em maior risco de lesões nos ligamentos colaterais devido aos impactos e colisões durante o jogo.
Atletas de Esportes de Mudança de Direção
Esportes que envolvem mudanças rápidas de direção, como basquete, tênis e futebol americano, aumentam o risco de lesões nos ligamentos colaterais devido aos movimentos repentinos e estressantes no joelho.
Atletas de Esportes de Saltos
Esportes que envolvem saltos frequentes, como vôlei e basquete, podem aumentar o risco de lesões nos ligamentos colaterais devido ao impacto repetitivo no joelho.
Indivíduos com Instabilidade ou Fraqueza Muscular
Fraqueza Muscular
A fraqueza nos músculos ao redor do joelho pode contribuir para a instabilidade articular, aumentando o risco de lesões nos ligamentos colaterais.
Desequilíbrios Musculares
Desenvolver músculos desequilibrados ao redor do joelho, como quadríceps fracos em comparação com os isquiotibiais, pode aumentar o risco de lesões.
Indivíduos com Condições
Histórico de Lesões Anteriores
Indivíduos que tiveram lesões anteriores nos ligamentos colaterais ou outras lesões no joelho têm um risco aumentado de novas lesões.
Artrite
Condições como a osteoartrite podem enfraquecer os ligamentos ao longo do tempo, aumentando o risco de lesões.
Fatores Anatômicos
Pronação Excessiva do Pé
Indivíduos com uma pisada pronada (pé chato) podem estar em maior risco devido à mudança na biomecânica do joelho.
Varo ou Valgo do Joelho
Varo é quando o joelho vira para dentro, enquanto valgo é quando o joelho vira para fora. Esses desalinhamentos podem aumentar o estresse nos ligamentos colaterais.
Idade e Sexo
Idade
Indivíduos mais jovens, especialmente adolescentes, podem estar em maior risco devido ao crescimento e desenvolvimento ainda em curso dos ossos e ligamentos.
Sexo
Estudos mostram que mulheres têm maior incidência de lesões nos ligamentos colaterais, possivelmente devido a diferenças na anatomia, como um ângulo Q mais alto (a relação entre a pélvis, joelho e tornozelo) e diferenças hormonais.
Fatores Externos
Superfícies de Jogo
Superfícies inadequadas, como gramados irregulares ou pisos escorregadios, podem aumentar o risco de lesões.
Equipamento Esportivo
Calçados inadequados ou equipamento esportivo inadequado pode contribuir para lesões nos ligamentos colaterais.
Diagnóstico de lesão no ligamento colateral
O diagnóstico de uma lesão no ligamento colateral, seja o ligamento colateral medial (LCM) ou o ligamento colateral lateral (LCL) do joelho, geralmente envolve uma combinação de exame físico, história clínica e exames de imagem.
Exame Físico
- História Clínica: O especialista começará perguntando sobre a história do paciente, incluindo como a lesão ocorreu, os sintomas presentes e qualquer histórico prévio de lesões no joelho.
- Exame do Joelho: Durante o exame físico, o especialista irá examinar o joelho em busca de sinais de lesão, como inchaço, hematomas, sensibilidade ao toque, deformidades visíveis e amplitude de movimento prejudicada.
- Testes de Estresse: Testes de estresse podem ser realizados para avaliar a estabilidade do joelho. Por exemplo:
- Teste do Laxamento em Valgo: Para avaliar o LCM, o especialista pode aplicar pressão no lado externo do joelho enquanto o joelho está ligeiramente flexionado.
- Teste do Laxamento em Varo: Para avaliar o LCL, o especialista pode aplicar pressão no lado interno do joelho enquanto o joelho está ligeiramente flexionado.
Exames de Imagem
- Raio-X: Embora uma lesão nos ligamentos colaterais geralmente não seja visível em um raio-X, ele pode ser feito para descartar fraturas ósseas ou outras lesões ósseas.
- Ressonância Magnética (RM): A RM é o exame mais comum para avaliar lesões nos ligamentos colaterais. Ela fornece imagens detalhadas dos tecidos moles, incluindo os ligamentos, e pode mostrar se há distensão, ruptura parcial ou ruptura completa dos ligamentos.
Outros Testes
- Ultrassonografia: Às vezes, uma ultrassonografia pode ser usada para avaliar as lesões nos ligamentos colaterais, especialmente se a RM não estiver disponível ou não puder ser realizada por alguma razão.
- Exame Clínico Especializado: Em alguns casos, um especialista em lesões do joelho, como um ortopedista ou um fisioterapeuta, pode realizar um exame mais detalhado, usando técnicas avançadas para avaliar a extensão da lesão.
Classificação da Lesão
Uma vez que a lesão é diagnosticada, ela pode ser classificada de acordo com a sua gravidade.
Por exemplo:
- Lesão de Grau I: Distensão leve do ligamento, sem ruptura.
- Lesão de Grau II: Ruptura parcial do ligamento.
- Lesão de Grau III: Ruptura completa do ligamento.
A classificação ajuda a orientar o plano de tratamento, determinando se o tratamento é conservador (sem cirurgia) ou se é necessária uma intervenção cirúrgica para reparar o ligamento.
Como tratar lesão no ligamento colateral?
O tratamento para uma lesão no ligamento colateral (LCM ou LCL) do joelho depende da gravidade da lesão. Lesões leves podem ser tratadas de forma conservadora, enquanto lesões mais graves podem requerer intervenção cirúrgica.
Lesões Leves a Moderadas (Grau I e II)
Gelo (Crioterapia): Aplicar gelo no joelho por 15-20 minutos a cada 2-3 horas pode ajudar a reduzir o inchaço e a dor.
Fisioterapia: Um programa de fisioterapia pode ser prescrito para ajudar a fortalecer os músculos ao redor do joelho, melhorar a estabilidade e promover a recuperação.
Lesões Graves (Grau III)
Imobilização: Um dispositivo de imobilização, como uma tala ou joelheira, pode ser usado para proteger o joelho e evitar movimentos que possam piorar a lesão.
Cirurgia: Em alguns casos de ruptura completa do ligamento, a cirurgia pode ser necessária para reconstruir o ligamento. Isso geralmente é feito usando tecido do próprio paciente (enxerto) ou material sintético para criar um novo ligamento.
Reabilitação Pós-Cirúrgica: Após a cirurgia, é necessário um programa de reabilitação intensiva com fisioterapia para restaurar a força, a amplitude de movimento e a função do joelho.
Dicas Gerais
Proteção: Evitar atividades que possam piorar a lesão, como esportes de impacto ou movimentos de torção.
Reabilitação Contínua: Mesmo após a recuperação inicial, continuar com o programa de fisioterapia e exercícios recomendados para fortalecer o joelho e prevenir futuras lesões.
Quanto tempo demora para curar uma lesão do ligamento colateral?
O tempo necessário para a cura de uma lesão no ligamento colateral pode variar significativamente dependendo da gravidade da lesão, do tratamento recebido e da resposta individual ao tratamento.
As lesões de grau I, que são distensões leves, geralmente se recuperam mais rapidamente do que as lesões de grau II ou III, que envolvem rupturas parciais ou completas do ligamento.
Como prevenir lesões no joelho?
Prevenir lesões no joelho, como as nos ligamentos colaterais medial (LCM) e lateral (LCL), requer um conjunto de estratégias.
Fortalecer os músculos do quadríceps, isquiotibiais e glúteos é essencial, juntamente com um core forte.
Durante atividades físicas, técnicas adequadas de aterrissagem e mudanças de direção são essenciais para evitar estresse nos joelhos.
Utilizar equipamentos adequados, descansar entre treinos e manter um peso saudável também são importantes.
Incluir treinamento de equilíbrio e funcional, realizar aquecimento adequado e não ignorar a dor são práticas cruciais.
Avaliar a biomecânica do corpo com um especialista também é recomendado.
Essas medidas de prevenção, adaptadas às necessidades individuais, ajudam a reduzir o risco de lesões no joelho.
O tratamento que vai devolver a saúde dos seus membros inferiores
A base da proposta do Instituto TRATA está centrada na ideia de inovação no tratamento das extremidades inferiores, abrangendo quadril, joelho e pé. A asseguração de resultados eficazes espelha os métodos seguidos pela equipe:
Avaliação clínica detalhada
O paciente passa por uma avaliação clínica detalhada realizada por um especialista da equipe. Esse inicial procedimento possibilita uma orientação direcionada ao tratamento, considerando o quadro individual de cada paciente.
Avaliação cinemática dos movimentos do corpo
Posteriormente, o paciente passa por uma avaliação cinemática dos movimentos corporais. O objetivo é examinar a organização dos ossos e músculos em resposta à gravidade e às forças que atuam no corpo humano. Para essa finalidade, empregamos um software especializado de análise de movimento chamado TrataScan. Sua tecnologia avançada permite identificar quaisquer alterações na força ou funcionalidade das estruturas que podem resultar em quadros inflamatórios ou dolorosos, por exemplo.
Durante essa fase, é possível avaliar assimetrias, padrões motores, lesões associadas, presença de compensações e determinar quais estruturas necessitam de intervenção.
Protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores
A etapa final envolve a implementação do protocolo de tratamento para lesões nas extremidades inferiores, desenvolvido pela rede e embasado em evidências científicas.
A atenção é direcionada para o alinhamento biomecânico das extremidades inferiores, visando aprimorar a condição do paciente (evitando recidivas) e, consequentemente, proporcionar uma maior qualidade de vida.
Não há um atendimento padronizado. Analisamos as necessidades individuais de cada paciente e desenvolvemos a abordagem de tratamento mais adequada para cada caso.
A incorporação da tecnologia é uma parte integral do nosso programa de tratamento, com o propósito de proporcionar aos pacientes as mais avançadas técnicas no tratamento conservador de Fisioterapia.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.