Ligamento Cruzado Posterior: Função, Lesões e Tratamento
O joelho é formado por diversas estruturas que permitem que os movimentos da perna sejam realizados. Dentre as estruturas importantes do joelho, está o ligamento cruzado posterior.
O ligamento cruzado posterior é um ligamento bastante firme, localizado na região central do joelho, cuja função é evitar o deslocamento posterior da tíbia, ajudando a prevenir a rotação externa da tíbia.
Agendar sua AvaliaçãoOu seja, esse ligamento atua como estabilizador primário do joelho e é responsável pelo movimento da tíbia. Ele é composto por duas faixas de tecido fibroso: anterolateral e posteromedial.
Com o ligamento cruzado anterior, ambos formam uma estrutura em “X” na região central do joelho.
Lesões no ligamento cruzado posterior
Esse ligamento sofre uma lesão, geralmente, quando o joelho está dobrado, em 90º e a tíbia sofre um impacto bem forte na região frontal.
Agendar sua AvaliaçãoPor isso, as principais causas relacionadas a lesões no ligamento cruzado posterior estão relacionadas a acidentes automobilísticos, ou com motociclistas, ou então, prática de esportes de contato, sobretudo de luta.
Mas, outras causas também podem estar relacionadas, sobretudo quando há queda do paciente, sofrendo o forte impacto na região frontal da tíbia, afetando, assim, o ligamento cruzado posterior.
É importante citar que o ligamento cruzado posterior tem menor índice de lesões do que o ligamento cruzado anterior, sendo mais fino. Por ser uma estrutura mais robusta, o ligamento cruzado posterior também apresenta maior capacidade de regeneração quando parcialmente lesionado e nem todas as lesões nesse ligamento têm indicações cirúrgicas.
Outras causas de lesões no ligamento cruzado posterior incluem posições como entorse do joelho, em hiperextensão, por exemplo.
Grupos de risco para lesões no ligamento cruzado posterior
Alguns grupos têm maior chance de sofrerem lesões no ligamento cruzado posterior. Dentre eles, pode-se citar:
- Motociclistas;
- Ciclistas;
- Praticantes de esportes como judô, jiu-jitsu ou outros esportes de luta;
- Indivíduos com dificuldades de caminhar, sem apoio e com risco elevado à queda.
Sintomas de lesões no ligamento cruzado posterior
Assim que o paciente sofre o trauma, a região do joelho pode-se apresentar inchada, bastante dolorida. Quando há lesão no ligamento cruzado posterior, geralmente, a tíbia apresenta-se recuada, causando bastante instabilidade e pressão na articulação patelofemoral.
Além disso, a musculatura da coxa (quadríceps) também fica afetada e fica difícil do paciente conseguir realizar movimentos, sobretudo envolvendo propriocepção e equilíbrio de maneira normal.
Classificação das lesões de ligamento cruzado posterior
As lesões de ligamento cruzado posterior podem ser classificadas em diferentes graus, conforme o comprometimento da estrutura ligamentar.
Grau I
Joelho ainda estável, ligamento ligeiramente estendido, com rotação de até 0,5 cm. É o quadro mais favorável e menos grave desse tipo de lesão.
Grau II
O ligamento apresenta-se frouxo, com ruptura parcial. A rotação é de até 1 cm.
Grau III
Joelho instável, com a ruptura total do ligamento e rotação acima de 1 cm.
Diagnóstico
O diagnóstico de qualquer lesão ligamentar no joelho pode ser feito por um especialista, baseando-se na avaliação física do paciente e também com o auxílio de exames de imagem, os quais são bastante úteis em alguns casos.
No caso, será possível observar a retração da tíbia e a dificuldade de movimentação. No caso, os exames de imagem, como ressonância magnética, auxiliam a perceber o nível de danos causados ao ligamento.
Tratamento
Nos casos de lesão de ligamento cruzado posterior graus I e II, quando não há ruptura completa, não há necessidade de cirurgia.
Por isso, é importante o diagnóstico correto.
Nesses casos, o ligamento pode-se regenerar, com o tratamento sendo composto por repouso, aplicação de gelo e medicações analgésicas e anti-inflamatórias, quando necessário.
Além disso, o paciente deverá utilizar órteses, para que o joelho não recebe impacto durante o período em que se regenera. É importante lembrar que não é indicado que o paciente fique deitado durante longos períodos, pois, isso contribuirá para maior perda da força muscular.
Como parte do tratamento, o paciente deve passar por um programa de fortalecimento muscular, sobretudo do músculo quadríceps, para que o joelho não receba carga extrema.
Quanto tempo leva para cicatrizar uma ruptura de ligamento?
A cicatrização de ligamentos rompidos depende muito do grau de rompimento (se parcial ou total), além da própria saúde do indivíduo que sofrem a lesão.
Em geral, ligamentos parcialmente rompidos conseguem cicatrizar em até 3 meses. Mas, quando o ligamento está completamente rompido, então, pode demorar até 9 meses para haver essa cicatrização.
Cirurgia para lesões de ligamento cruzado posterior
Na cirurgia, o ligamento cruzado posterior rompido é reconstruído. Geralmente, essa cirurgia é feita de maneira artroscópica, ou seja, com uma câmera de vídeo instalada e pequenos cortes, sob anestesia. O cirurgião substituirá o ligamento rasgado por um enxerto de tecido que é retirado de outra parte do seu corpo.
A indicação da cirurgia deve ser feita por um médico-cirurgião ortopédico. Ao terminar a cirurgia, o paciente já receberá, no próprio hospital, atendimento do fisioterapeuta e deverá continuar as sessões de fisioterapia após ter alta do hospital.
No início, o paciente usará muletas para conseguir se movimentar, não colocando força no joelho operado. À medida que as sessões de fisioterapia evoluírem, o paciente conseguirá gradualmente, colocar o pé no chão e realizar apoios.
O fortalecimento da musculatura do joelho e da coxa é parte integrante e fundamental da recuperação pós-cirúrgica. Para o retorno à prática esportiva, pode-se aguardar até 9 meses, até que o ligamento esteja recuperado.
Toda lesão de ligamento posterior necessita de cirurgia?
Não, não são todas as lesões de ligamento posterior que necessitam de cirurgia. Pelo contrário. Quando não há rompimento completo do ligamento, o tratamento não envolve procedimento cirúrgico.
Mas, a indicação da cirurgia depende da avaliação do médico ortopedista, especializado em joelho.
Vale lembrar que sessões de fisioterapia estão recomendadas tanto para pacientes que não sofreram ruptura completa do ligamento, bem como pacientes que se submeteram ao procedimento cirúrgico devido à lesão grau III no ligamento cruzado posterior.
Prevenção de lesões de ligamento cruzado posterior
Acidentes automobilísticos não conseguem ser prevenidos sempre, portanto, a prevenção de lesões de ligamento cruzado posterior recaem diretamente na prática esportiva.
De fato, torna-se essencial para qualquer praticante de atividade esportiva o fortalecimento da musculatura das pernas, envolvendo também o joelho. Uma musculatura fortalecida, tanto da perna quanto do joelho ajuda bastante na prevenção de lesão, tanto de ligamentos como de outras demais estruturas do joelho.
Outra ação que visa a prevenção é a utilização de órteses esportivas, para auxiliar na estabilização do joelho durante os treinos.
O tratamento que vai devolver a saúde dos seus membros inferiores
A proposta do Instituto TRATA está fundamentada no conceito de inovação, no que se refere ao tratamento de membros inferiores (quadril, joelho e pé).
A garantia de resultados eficazes reflete os procedimentos adotados pela equipe:
Avaliação clínica detalhada
O paciente é submetido a uma avaliação clínica detalhada, feita por um especialista da equipe.
É esse primeiro passo que viabiliza um direcionamento específico ao tratamento, de acordo com o quadro particular de cada paciente.
Avaliação cinemática dos movimentos do corpo
A seguir, o paciente é levado a uma avaliação cinemática dos movimentos do corpo. A finalidade é analisar como os ossos e os músculos estão organizados na reação à gravidade e às forças atuantes no corpo humano. Para isso, utilizamos um software exclusivo de análise de movimento chamado TrataScan, cuja tecnologia avançada permite detectar quaisquer alterações na força ou funcionalidade das estruturas que acabam levando a um quadro inflamatório ou doloroso, por exemplo.
Assimetrias, padrões motores, lesões associadas, existência de compensações e quais estruturas devem ser trabalhadas são alguns pontos que podem ser avaliados durante essa etapa.
Protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores
O último passo consiste na aplicação do protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores, formulado pela rede e baseado em evidências científicas.
O foco se concentra no alinhamento biomecânico dos membros inferiores com o objetivo final de melhora do quadro do paciente (sem recidivas) e, por conseguinte, de uma maior qualidade de vida.
Nenhum atendimento é padrão. Avaliamos as necessidades específicas de cada paciente e montamos a abordagem de tratamento mais assertiva para cada quadro.
A tecnologia faz parte do nosso programa de tratamento com o objetivo de oferecer aos pacientes o que há de mais avançado no tratamento conservador de Fisioterapia.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.