A patela é o osso localizado na parte externa do joelho. Ela possui uma posição anatômica ideal e exata para se movimentar cada vez que dobramos e esticamos o joelho, mas em alguns indivíduos, a patela apresenta-se de maneira mais alta, elevada, do que em outros. De fato, a patela alta pode gerar algumas patologias no joelho.
A patela alta é responsável por mais de 20% das disfunções da articulação formada entre joelho e fêmur, chamada articulação patelofemoral.
Agendar sua AvaliaçãoAssim, quando a patela apresenta-se de maneira mais alta do que o ideal, a tendência é haver luxação da patela, visto que as estruturas adjacentes não são suficientes para impedir a luxação do osso.
Portanto, em indivíduos com patela alta são bem comuns casos de condromalácia patelar, luxações recorrentes da patela e ou também artrose patelofemoral. Em todos esses casos, o paciente sente dor na região anterior do joelho e maior dificuldade de movimentação.
Além disso, a instabilidade patelar, quadro que ocorre quando a patela sai do lugar, acaba sendo bastante comum devido à posição mais elevada da patela.
Agendar sua AvaliaçãoDiagnóstico de patela alta
Quando um indivíduo apresenta dor na região frontal do joelho e também outros sintomas como deslocamento da patela, é importante buscar diagnóstico ortopédico adequado.
Dessa forma, o paciente com dor é avaliado pelo médico ortopedista, que fará exames físicos para avaliar o grau de mobilidade (ou comprometimento da mobilidade) do joelho. Exames de imagem também são comumente solicitados, para avaliação do osso patelar e dos ligamentos do joelho.
Dentre os exames de imagem mais solicitados, estão a radiografia do joelho, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
Através da avaliação radiográfica ou de outros exames de imagem, é possível fazer a medicação da altura da patela e assim, estabelecer o diagnóstico adequado.
Valores considerados normais para essa condição estão entre 0,8 a 1,2. Portanto, valores acima de 1,2 são indicativos dela. Esses valores são obtidos dividindo a altura do tendão patelar (do ápice patelar à tuberosidade tibial) pelo maior comprimento diagonal da patela . Os pesquisadores que avaliaram esses valores e estabeleceram essas medidas dão o nome ao método e ao índice de Insall-Salvati.
Tratamento de patela alta
O tratamento dessa condição dependerá muito de qual quadro o paciente apresenta. Geralmente, o diagnóstico dela envolve suas consequências, ou seja, qual quadro de patologia do joelho o paciente apresenta, para então propor o tratamento adequado.
Dentre as principais consequências de patela alta, pode-se citar:
- Condromalácia patelar;
- Luxação patelar;
- Artrose femoropatelar;
- Instabilidade patelar.
O tratamento para cada uma dessas patologias é primeiramente conservador, ou seja, segue-se com o tratamento da fisioterapia, para contribuir com redução de dor, edema e no quadro inflamatório. Além de melhorar a função do joelho, amplitude, fortalecimento e progressão para o retorno às atividades com segurança e qualidade.
É necessária cirurgia para tratamento de patela alta?
A cirurgia só é indicada em casos de patela alta após criteriosa avaliação do cirurgião ortopédico e se o tratamento conservador, realizado anteriormente, não apresentou resultados satisfatórios.
Assim, em casos em que o paciente continua com sintomas muito agressivos de quadros como luxação patelar recidivante, a cirurgia pode ser indicada.
Nesses casos, a cirurgia é feita de maneira artroscópica. O paciente já começa fisioterapia no próprio hospital, antes de ter alta e deve continuar com as sessões de fisioterapia após a alta hospitalar.
O paciente recorrerá a muletas por algumas semanas, tempo esse indicado pelo médico e fisioterapeuta, e deverá retornar às atividades cotidianas em até 3 semanas, podendo ser um pouco mais ou menos, dependendo da evolução pós cirúrgica. As sessões de fisioterapia são essenciais para que o paciente consiga retornar à mobilidade, sem forçar o joelho recém-operado.
Quem tem patela alta pode fazer academia?
A prática de atividade física não é proibida para quem tem patela alta. Mas, é necessário cuidado, sobretudo, na prática de alguns exercícios que acabam “forçando o joelho”.
Dentre esses exercícios, pode-se citar o agachamento, com peso, ou extensão do joelho, bem como o uso de leg press. Nesses exercícios, há concentração de forças na região anterior do joelho, o que pode piorar quadros de dor, associados à patela alta.
Por isso, a prática de atividade física, ao ter um problema no joelho, deve ser sempre direcionada e acompanhada por um profissional de educação física e/ou fisioterapeuta, para que os exercícios tragam os benefícios sem prejudicar a articulação do joelho, sendo orientados como pode-se fazer com segurança;
E por fim, o grande limitante deve ser a dor sentida pelo paciente. Em caso de dor, o paciente deve suspender a atividade física e buscar orientação médica e fisioterapêutica, para não forçar a articulação.
Já outros quadros, como a luxação ou instabilidade patelar, são mandatórios para buscar atendimento ortopédico.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.