A dismetria é a situação em que uma perna se apresenta menor do que a outra.
Essa é uma situação que pode ser causada pela estrutura óssea ou pela estrutura neuromuscular do indivíduo, podendo ser considerada “verdadeira” ou “falsa”.
Agendar sua AvaliaçãoMas quais são as causas de uma perna ser menor que a outra? E o tratamento para essa condição?
Para os praticantes de atividade física, há limitações? E a dismetria é considerada uma deficiência física? É o que vamos conferir!
O que é a síndrome da perna curta ou dismetria?

A síndrome da perna curta, cientificamente chamada de dismetria, é o quadro em que uma perna se apresenta mais curta do que a outra, seja essa diferença de poucos até muitos centímetros.
Agendar sua AvaliaçãoChama-se de dismetria verdadeira quando há uma diminuição real no tamanho dos ossos de uma perna em relação a outra.
Já a chamada dismetria falsa é quando os ossos têm o mesmo tamanho quando as duas pernas são comparadas, mas há uma diferença no tamanho das pernas, causada por desnível do quadril, por exemplo.
Essa é uma condição que pode estar presente em até 70% da população, mas a condição de limitação e dor só estará presente em indivíduos com uma diferença muito grande de uma perna para outra.
Nesses indivíduos, haverá uma sobrecarga mecânica devido ao uso constante dos membros. De fato, em alguns indivíduos, pode haver a necessidade de claudicação (marcar) para que esse indivíduo possa se movimentar.
Causas de perna menor que a outra
Existem diversas causas que podem levar ao aparecimento da dismetria. As principais causas são:
- Trauma e fraturas ósseas;
- Deformidades ósseas;
- Causas idiopáticas e genéticas;
- Alterações degenerativas, como osteoartrose ou artrite;
- Escoliose, levando a alteração no posicionamento do quadril;
- Desequilíbrio muscular, gerando encurtamento do músculo piriforme e rotação externa do fêmur.
É importante citar que se a causa da perna ser menor que a outra for funcional, haverá um desequilíbrio e desnivelamento muscular, ou seja, desalinhamento na pelve e na coluna.
Sintomas
Indivíduos que apresentam dismetria podem apresentar os seguintes sintomas:
- Dor no quadril;
- Claudicação;
- Síndrome do trato iliotibial;
- Fascite plantar;
- Pronação excessiva dos pés, para compensar;
- Dores lombares;
- Desnível visível da coluna vertebral.
Diagnóstico
Baseado nos sintomas descritos pelo paciente e nos sinais visíveis, o especialista poderá avaliar fisicamente o paciente, em caso de suspeita de dismetria.
De fato, exames de imagem podem ser solicitados, bem como a avaliação física do paciente, observando se o joelho de um lado fica mais elevado quando o paciente deita de barriga para baixo e dobra as pernas.
Exames físicos, utilizando fita métrica, também são bastante utilizados para verificar o tamanho da discrepância entre os membros.
Tratamento de dismetria

Quando diagnosticado cedo, ainda na infância, o tratamento costuma apresentar excelentes resultados.
É importante citar que há tratamento para dismetria e que o tratamento produz bons resultados, para que a qualidade de vida do paciente melhore consideravelmente.
A fisioterapia é um importante aliado no tratamento para a perna mais curta. Isso porque, devido às técnicas fisioterapêuticas, é possível alongar a musculatura encurtada.
Liberação da fáscia muscular, bem como demais técnicas para alívio da dor, como TENS, bem como alongamentos são importantes no tratamento.
Outra solução, sobretudo, para indivíduos com pernas mais curtas até 2 cm, é a utilização de palmilhas.
Essas palmilhas são feitas sob medida para os pacientes e conseguem alinhar o comprimento dos membros nesses casos.
Em casos de perna curta falsa, RPG e Pilates são excelentes para melhorar o alinhamento corporal na totalidade. Portanto, devem ser sempre indicados para indivíduos com desalinhamento, bem como com dores na região da coluna.
Cirurgia é indicada para quem tem perna menor que a outra?
Procedimentos cirúrgicos em casos de dismetria são indicados quando a alteração no comprimento é maior que 2 cm e a causa é estrutural.
Dependendo do caso, em crianças, pode-se haver a sugestão do profissional de um procedimento denominado epifisiodese.
Epifisiodese é um procedimento cirúrgico, também utilizado em tratamento de alguns tipos de câncer ósseo, no qual o crescimento da perna saudável é interrompido.
Em dismetrias de 2 cm até 5 cm, em crianças, a epifisiodese é uma técnica recomendada por sua simplicidade e boa recuperação do paciente, em reparação e estética.
Dismetria e atividade física

Quando a alteração no comprimento dos membros é abaixo de 2 cm, a utilização de planilha, bem como ter a fisioterapia sempre presente pode aliviar consideravelmente os sintomas de dismetria, sobretudo, em praticantes de atividade física.
Em indivíduos que praticam atividade física de maneira regular, a diferença no comprimento das pernas poderá forçar mais a musculatura, levando a dores frequentes.
Outro fator bastante presente em indivíduos com uma perna menor que a outra é a fascite plantar.
A fascite plantar aparece em virtude do movimento do indivíduo do pé e da perna, para ‘compensar’ a diferença na altura dos membros.
Com a fascite plantar, o indivíduo sente dores fortes na planta do pé, sobretudo, quando acorda pela manhã, com enorme dificuldade de colocar o pé no chão e andar. Passando-se as horas do dia, a dor diminui, mas volta após o indivíduo descansar.
Portanto, em indivíduos que apresentam dismetria, há grande probabilidade de sentir dores e ter consequências musculares, tais como a síndrome da banda iliotibial, como consequências do organismo tentando se adaptar à diferença de altura nos membros.
Dismetria é considerada deficiência?
A deficiência física é descrita na legislação brasileira, por meio do Decreto 5296 e Lei 10.690, sendo descrita como perda ou anormalidade anatômica que gere incapacidade para o desempenho de uma atividade, dentro do que é considerado normal para o ser humano.
O encurtamento da perna é considerado deficiência física quando acima de 4 cm.
Conclusão
Ter uma perna menor do que a outra é uma condição na qual há tratamento, seja em tenra idade, com procedimentos cirúrgicos, seja com o apoio da Fisioterapia para melhora da condição muscular.
Dessa forma, o indivíduo pode ter uma vida com reabilitação e sentindo menos dores, com maior qualidade de vida.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.