A sindesmose é o termo usado em anatomia para uma articulação composta por dois ossos ligados por uma faixa de tecido fibroso ou membrana.
No organismo, temos algumas sindesmoses entre os ossos da tíbia e fíbula, por exemplo.
Agendar sua AvaliaçãoNa chamada sindesmose tibiotársica, encontramos vários ligamentos, que fazem essa articulação.
Quando se pensa no tornozelo, o complexo ligamentar sindesmótico da região, composto pelo ligamento tibiofibular anterior, interósseo posterior, membrana interóssea e ligamento transverso inferior, auxiliam a manter a integridade da estrutura e sua movimentação.
Quais são as lesões mais comuns de sindesmose?
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Devido à sua localização e funções, as lesões de sindesmose são bastante comuns em esportes de contato, como o futebol, por exemplo.
De fato, entorses de tornozelo, bastante comuns na prática desportiva, podem levar ao estiramento, enfraquecimento e até ruptura dos ligamentos sindesmóticos.
Assim, o tratamento dessas lesões dependerá do grau de comprometimento do ligamento, mas geralmente englobam, primeiramente, tratamento conservador, com imobilização, podendo até passar por cirurgia.
Como é o tratamento das lesões de sindesmose?
O tratamento de lesões que envolvem os ligamentos sindesmóticos depende de quão impactante foi o evento que causou a lesão.
Podemos dividir as lesões de entorse de tornozelo em leves, moderadas e graves. Vamos também falar de eventos mais severos, como as fraturas de tornozelos e as lesões crônicas de sindesmose.
Lesões leves
Nas lesões de entorse de tornozelo leves, o repouso é recomendado e medidas profiláticas, como a aplicação de gelo, ajudam a evitar o inchaço.
Nesses casos, o atleta sente dor e em alguns dias poderá retornar à prática esportiva. Não surgem equimoses nem a região fica edemaciada, pois não há ruptura ligamentar, apenas um leve estiramento do ligamento.
Lesões moderadas
Já nas lesões moderadas, o impacto na região é maior. Geralmente, há edema na região do tornozelo e a dor incomoda mais.
Nesses casos, já é recomendado o tratamento conservador, com imobilização e algumas sessões de fisioterapia podem ser necessárias para que o movimento volte ao que era antes da lesão.
Lesões graves
Finalmente, nas lesões graves, ocorre a ruptura dos ligamentos sindesmóticos, sendo seu prognóstico pior.
Porém, a fisioterapia, com a medicina, avançou bastante no tratamento de lesões ligamentares, e atualmente é possível aplicar tratamentos modernos, para que o indivíduo retorne à prática esportiva.
Mas, o tempo de recuperação nesse tipo de lesão é maior.
Fratura de tornozelo
Em alguns casos, quando há um evento grave, ocorre a fratura do tornozelo.
Conforme o estudo de Yang e colaboradores, em 2013 [1], as fraturas de tornozelo são as lesões mais comuns tratadas por médicos cirurgiões ortopédicos, sendo associadas à instabilidade da sindesmose.
Para o tratamento, é necessária a redução anatômica da fratura, bem como é essencial a avaliação da integridade da sindesmose.
Para se ter uma ideia de dados sobre o problema, 17% a 74% das lesões de tornozelo em atletas jovens são lesões de sindesmose distal tibiofibular.
Atualmente, sabe-se que o sucesso do tratamento desse tipo de lesão está diretamente relacionado à precisão da redução da sindesmose, considerado um fator crítico para o sucesso clínico do tratamento.
Existem, de fato, diversos métodos cirúrgicos para fixação da sindesmose. Assim, cabe ao médico cirurgião ortopédico a escolha do método mais adequado para o tratamento cirúrgico em casos de fratura.
Problemas de lesões crônicas de sindesmose
Na literatura científica, encontra-se já estabelecido de modo sistemático o tratamento para as lesões agudas que afetam a sindesmose.
Porém, as lesões crônicas de dor na região representam um desafio à comunidade médica.
Segundo o estudo de Adames e colaboradores (2012) [2], pacientes com lesão crônica de sindesmose apresentam dor e instabilidade na região do tornozelo, após 3 meses do trauma inicial.
Nesse estudo, os autores sugerem a ligamentoplastia com o tendão fibular longo para reconstrução e estabilização do complexo ligamentar da sindesmose da tíbia distal, com melhora da dor e da função.
Mas, ainda não há um tratamento padronizado para lesões crônicas de sindesmose.
Prevenção de lesões na sindesmose
A prevenção é sempre a melhor forma de evitarmos lesões em estruturas no corpo. Portanto, no caso das sindesmoses, a prevenção de lesões pode também evitar procedimentos cirúrgicos e uma longa recuperação.
No caso de esportes de contato como o futebol, por exemplo, os exercícios de fortalecimento do tornozelo são fundamentais para que o atleta consiga suportar o impacto na região, evitando a ruptura ligamentar.
Além disso, o uso de equipamento apropriado para a prática esportiva também é importante.
Já em indivíduos que não são praticantes de esporte de contato, dores na região do tornozelo devem ser investigadas, sobretudo se há instabilidade e dificuldade de marcha, além de limitação de movimento.
Infelizmente, muitas pessoas não procuram o diagnóstico especializado adequado nem fazem as sessões de fisioterapia apropriadas para a lesão, o que pode agravar a dor e piorar o quadro inicial.
Portanto, indivíduos que apresentaram traumas iniciais na região do tornozelo devem buscar diagnóstico especializado adequado e seguir com o plano de tratamento, para assim, conseguirem o retorno da mobilidade adequada.
A importância da fisioterapia em lesões de sindesmose
Dependendo do caso, é necessária a imobilização da articulação, a qual não deve suportar peso, até que a estrutura se encontre em melhor estado.
A seguir, a movimentação inicial deve ser sempre orientada, com séries de exercícios de fortalecimento e amplitude do movimento.
De fato, o objetivo é que o paciente, ao final do tratamento, tenha melhora no quadro de dor, bem como retorno à sua mobilidade inicial. No caso de atletas amadores ou profissionais, o objetivo é o retorno à prática desportiva.
O tratamento que vai devolver a saúde dos seus membros inferiores
A proposta do Instituto TRATA está fundamentada no conceito de inovação, no que se refere ao tratamento de membros inferiores (quadril, joelho e pé). A garantia de resultados eficazes reflete os procedimentos adotados pela equipe:
– O paciente é submetido a uma avaliação clínica detalhada, feita por um especialista da equipe. É esse primeiro passo que viabiliza um direcionamento específico ao tratamento, de acordo com o quadro particular de cada paciente.
– A seguir, o paciente é levado a uma avaliação cinemática dos movimentos do corpo. A finalidade é analisar como os ossos e os músculos estão organizados na reação à gravidade e às forças atuantes no corpo humano. Para isso, utilizamos um software exclusivo de análise de movimento chamado TrataScan, cuja tecnologia avançada permite detectar quaisquer alterações na força ou funcionalidade das estruturas que acabam levando a um quadro inflamatório ou doloroso, por exemplo. Assimetrias, padrões motores, lesões associadas, existência de compensações e quais estruturas devem ser trabalhadas são alguns pontos que podem ser avaliados durante essa etapa.
– O último passo consiste na aplicação do protocolo de tratamento das lesões dos membros inferiores, formulado pela rede e baseado em evidências científicas. O foco se concentra no alinhamento biomecânico dos membros inferiores com o objetivo final de melhora do quadro do paciente (sem recidivas) e, por conseguinte, de uma maior qualidade de vida.
Nenhum atendimento é padrão. Avaliamos as necessidades específicas de cada paciente e montamos a abordagem de tratamento mais assertiva para cada quadro. A tecnologia faz parte do nosso programa de tratamento com o objetivo de oferecer aos pacientes o que há de mais avançado no tratamento conservador de Fisioterapia.
Referências
[1] Yang, Y et al. Exploração operatória e redução de sindesmose em lesão de tornozelo de Weber tipo C. Acta Ortoped Bras 2013, 21 (2).
[2] Adames, MK et al. Reconstrução de lesão crônica de sindesmose tibiofibular distal com o tendão fibular longo. Revista ABTPé 2012, 6 (2).
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.