No quadril, os tendões dos músculos glúteos (máximo, médio e mínimo) são os mais acometidos por tendinites e tendinopatias. Nestes casos a dor se localiza na região lateral do quadril (sobre o trocânter do fêmur) podendo irradiar pela lateral da perna. Apesar de menos incidente, o tendão do músculo ílio-psoas e dos músculos adutores também são regiões comumente acometidas por processos degenerativos.
Atletas ou praticantes de atividades físicas que envolvem o uso excessivo das pernas são os mais afetados por tendinopatias/tendinites, como por exemplo o ciclismo, futebol e corrida. Os idosos também podem ser acometidos por esta condição devido às alterações estruturais nos tendões concomitantes ao envelhecimento.
Agendar sua AvaliaçãoCausas

O principal fator de risco para o aparecimento das tendinites ou tendinopatias envolve a relação de demanda e capacidade em músculos e tendões, ou seja, muitas vezes o indivíduo exige que os tendões suportem uma carga ou um volume de exercícios que esta estrutura AINDA não está preparada. Esta sobrecarga ocasiona alterações estruturais nos tendões desencadeando as tendinopatias/tendinites.
Além da relação de capacidade e demanda, outro fator de risco para o aparecimento das tendinopatias envolve o excesso de impacto do tendão contra proeminências ósseas. Além disso, pacientes que apresentam algumas anormalidades biomecânicas como o “valgo dinâmico” podem potencializar a sobrecarga em tendões específicos e alterar o vetor de força incidente sobre os mesmos, esta combinação de fatores pode acelerar o aparecimento das tendinites ou tendinopatias.
Estas alterações podem acometer, principalmente, corredores de longa distância e aqueles que fazem muitas provas de alta intensidade como provas que incluem subidas ou corridas de montanha. Entretanto, os sedentários podem desenvolver este tipo de patologia devido a falta de estímulos nos tendões, indivíduos sobrepesos apresentam alterações metabólicas e sistêmicas que influenciam no surgimento de tendinopatias e pacientes com disfunções biomecânicas sobrecarregam uma estrutura em detrimento de outras durante atividades de vida diária e/ou e podem apresentar este mesmo quadro clínico.
Agendar sua AvaliaçãoSintomas
As tendinopatias geralmente causam dor próximo a articulações com piora à noite e são comumente conhecidas pela presença de um incômodo ao exigir de uma estrutura durante exercícios físicos ou atividades esportivas. Estas dores cessam com o repouso e reaparecem mas intensas quando o indivíduo retoma os exercício físico. Se não tratadas, o processo degenerativo se acentua cada vez mais, obrigando o paciente a abandonar a atividade física e o incapacitando de realizar atividades do dia a dia sem o incômodo da dor.
A espessura do tendão acometido pode estar aumentada dependendo do grau da tendinopatia. No quadril, a condição dolorosa pode irradiar para a perna. O paciente geralmente apresenta dificuldades para caminhar, correr, deitar e sentar sobre o lado afetado, nos joelhos é comum a queixa principal ser a incapacidade de subir e descer escadas em decorrências das fortes dores.
Diagnóstico e exames
O diagnóstico é feito por meio de um exame físico em que busca sinais de dor, sensibilidade, alteração da espessura do tendão acometido e perda de função. O paciente poderá realizar um exame de ressonância nuclear magnética (RNM) ou ultra-som (USG) para avaliação do nível de comprometimento do tendão e indicar o melhor tratamento.
Tratamento
O tratamento fisioterapêutico das tendinopatias é baseado em ajustar a carga ideal para a estrutura acometida, mantendo o paciente o mais ativo possível, utilizar exercícios de contrações isométricas visando o recrutamento muscular, o alívio da dor e o início à exposição gradativa a carga visando o fortalecimento muscular, além de recursos da eletrotermofoterapia como o laser e terapia combinada, além de liberação miofascial e terapia manual.
Após a diminuição do quadro álgico, o tratamento é direcionado para potencializar o ganho de força muscular e readaptar o tendão para que absorva e transmita cargas, flexibilidade e controle motor. O tratamento conservador apresenta ótimos resultados, podendo resolver completamente o caso em algumas semanas.
Agendar sua AvaliaçãoAtualmente é diretor-clínico do Instituto TRATA – Joelho e Quadril.
Graduado em Fisioterapia no ano de 2001 e Especialista (pós-graduação) em Fisioterapia neuro-musculo-esquelética pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP (2003)
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006)
Doutor em Ciências pelo programa de Cirurgia e Experimentação da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2011)
Pós-doutorado (post doc) em Biomecânica pela University of Southern California – USC (2013)
Docente da graduação do Centro Universitário São Camilo – CUSC e Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Feminino
Foi Professor Adjunto da pós-graduação em Fisioterapia musculo-esquelética – ISCMSP e Supervisor do Grupo de Joelho, Quadril, Traumatologia Esportiva e Ortopedia Pediátrica – ISCMSP
Vencedor dos prêmios EXCELLENCE IN RESEARCH AWARD pelo melhor artigo publicado no ano de 2010 e EXCELLENCE IN CLINICAL INQUIRY no ano de 2011 no Journal of Orthopaedic and Sports Physical Therapy (JOSPT).
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). Tem mais de 60 publicações nacionais e internacionais com ênfase em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, Joelho e Quadril, Traumatologia esportiva e Eletrotermofototerapia.